TEMPO...
Soneto I
À noite escura, quer fugir da gente
Olho pra frente, vejo a madrugada
Lua ascendente, terra amargurada
Na face oculta, lágrima inocente...
À madrugada, sonho "solamente..."
A luz procura, fria na estrada,
Uma figura, sombra apaixonada
Calada voz, ao céu do sol nascente...
Amanhecer, olhar azul secreto
Pra ver o ser, sem horizonte certo
No mar imenso, luzes num açoite...
O dia vem, lá fora tudo é livre
Enquanto, o mundo inteiro não convive,
E a tarde num crepúsculo, só, pra noite...
Soneto II
Um ciclo que repete-se à memória
Do tempo que ainda era criança
Não via inocente o quanto avança
Nas brincadeiras, dias só de glória...
E gira o mundo, conta a sua história
Da pré-história até aqui alcança
E ao futuro guarda uma esperança,
Da fé reencontrar sua trajetória...
Que foi traçada em luz pela bondade
À humanidade desde de antiga idade
Fraternidade: o pão de cada dia...
E hoje é tempo, sim, estenda os braços
Abrace seus espaços, novos laços
De amor, de paz, justiça e poesia...
Num mundo novo à luz da harmonia...
Autor: André Luiz Pinheiro
19/05/2020