Soneto de separação
Fez-se dor o que um dia foi alegria,
Do sorriso uma lágrima, da realidade um sonho distante,
Do amor mais próximo, a ilusão e a agonia,
Do certo o incerto, da verdade o errante.
Fez-se da felicidade o pranto,
Do abraço a incerteza de possuí-la.
Fez-se silêncio o que também foi cântico,
Sabendo que do concreto, fez-se a fantasia.
Fez-se da mulher que meus braços abraçaram,
Solidão, morte de quem ama.
Do mel dos lábios, fez-se o fel do corpo.
Fez-se da chama dos seios um desejo ardente,
Ds brisa a turbulência, da realidade a prisão,
Do aconchego o descontentamento, da vida um breve pensamento.