Em 2008, no centenário da morte de Machado de Assis, certa editora lançou aos poetas o seguinte desafio: completar o soneto de um dos personagens do livro Dom Casmurro, Bentinho, que escreveu apenas o primeiro e último versos: “Oh! flor do céu! Oh! flor cândida e pura! / Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”. Eu escrevi:
Capitu
Edir Pina de Barros
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Tu me fascinas tanto e eu te desejo,
nas tuas belas pétalas eu vejo
revolto mar de amor e de loucura.
Oh! Flor do Céu, de imensa formosura,
tu me enterneces tanto que versejo
e a delirar a minha lira arpejo,
a te buscar nos vãos da noite escura.
O teu perfume cálido se espalha...
Eu te desejo tanto! Deus me valha!
Insanamente vivo a te buscar.
Se no sidéreo espaço eu te encontrar
mesmo que eu morra ainda hei de afirmar:
perde-se a vida, ganha-se a batalha!
Capitu
Edir Pina de Barros
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Tu me fascinas tanto e eu te desejo,
nas tuas belas pétalas eu vejo
revolto mar de amor e de loucura.
Oh! Flor do Céu, de imensa formosura,
tu me enterneces tanto que versejo
e a delirar a minha lira arpejo,
a te buscar nos vãos da noite escura.
O teu perfume cálido se espalha...
Eu te desejo tanto! Deus me valha!
Insanamente vivo a te buscar.
Se no sidéreo espaço eu te encontrar
mesmo que eu morra ainda hei de afirmar:
perde-se a vida, ganha-se a batalha!