SETE VEZES

“Começou a servir outros sete anos,
Dizendo: mais servira se, não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.”
(Camões, Soneto 29 – Obras)

 

Ao reler essa história, vejo um nó
e nem tudo se vem a  revelar.
Creio sim a linguagem não tem dó,
nos ilude, o sentido vai ao ar...

Eu procuro chegar até  Jacó,
uma voz que não cansa e quer cantar
esse amor por Raquel, e a ela só
dedicar o que sente, não há par

a não ser a mulher que ele  escolheu.
O que sente Raquel, ninguém nos diz,
o que leva de fato ao apogeu,


ao final que com tal amor condiz:
(a estratégia do pai, não convenceu)
e não há dissonância, há um só juiz.

 


nilzaazzi.blogspot.com.br