A TARDE
ah, quando vai chegando o fim do dia
e tudo se apagando à noite vinda,
eu sinto dentro d’alma nostalgia,
em ver que a tarde morre bela, ainda...
algumas nuvens descem pelas vias
da luz do Sol, diáfanas, tão lindas,
passando sobre o mar, à revelia
das horas que se esvaem, mortais e findas...
nas palhas das palmeiras, nas alturas,
uma ave emite um canto com ternura
talvez, em despedida à tarde, então...
no alto as andorinhas vão ligeiras;
o Ceú vai escurecendo e a tarde inteira
falece tendo a paz da imensidão...
Arão Filho
São Luís-MA, 14 de maio de 2020