SEPARAÇÃO
Meu olhar tolo te segue pela rua.
Cavar-te à nuca, o buraco em meu peito.
Não por paixão, mas por desprezo feito.
Não por amor, mas por justiça tua.
Lâmina cega que já não perfura,
te roça a pele sem tirar proveito.
Desesperada, na sarjeta deito
junto aos cães em súplicas por ternura.
Volto pra casa ainda mais perdida.
A te acusar pelos erros da vida.
A te culpar por todos meus fracassos.
Em mar de mágoas, sonhos são metal.
Não a glória piedosa do punhal,
mas correntes que arrasto a cada passo!