Soneto da sentença

Um dia não será assim, bem sei!

Entendo, entenderei talvez, o ato.

Os lábios que eu outrora fiz-me rei,

Serão como as vitórias de um passado!

E as cicatrizes do meu peito eu hei

De amá-las, como lei do velho estado.

Caio de pé! Teus lábios levarei

Como a bonança, então de haver-te amado!

Pois quando a profecia do destino

Soltar a voz no grito da sentença

Acatarei! Um réu que aguarda a cela...

E um prisioneiro por haver cumprido

O mando do desejo, a chama, a crença

Da profissão que foi, amar-te, oh bela!

Pinguinho Neto
Enviado por Pinguinho Neto em 08/05/2020
Código do texto: T6941198
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.