O AMANHECER...

Do corpo adormecido, escuro, em segredo

De onde sonhos surgem em forma vaporosa

Como suave feixe às pétalas da rosa

Ao descobrir orvalhos refletindo cedo...

A luz, um bisturi cirúrgico, sem medo

Procede o calculado corte na venosa

Estrada à vida percorrendo laboriosa

A massa ruidosa, o sangue em degredo...

Acordam-se os sonhos cheios de esperança

Enquanto a cirurgia no horizonte avança

Vai dando à luz olhares para um novo dia...

Num parto que reparte no espaço o tempo

Reparte seu amor com zelo em cada templo

E oferta a cada dor consolo em poesia...

Autor: André Luiz Pinheiro

08/05/2020