O Boêmio

Teu ébrio e devasso coração,

E teu fígado inflamado,

Gozam de um riso convulsionado

Pelo esquife, que reserva à maldição!

No antro de teu belicoso pulmão

Há um verme que guerreia inflado

Montado n'um cavalo, acavalado

E guerreia cego e malsão!

Embriagado de rum

Vives como um párea incomum:

Escravo da noite e do desejo!

E anda, no tropel da noite

Em busca de um cabaré que o acoite

E uma moça que forneça um beijo!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 06/05/2020
Código do texto: T6939396
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