Um coro de anjos


Garbosos e sublimes, sem deixar rastros, eles conduzem...
Penetram nos recintos com júbilos, figurando sem intervir
Na suprema singeleza com seus suaves cânticos reluzem
Nas fulgurações de intensas claridades, um incerto porvir.

Num aflorar suculento sinto o forte perfume das cerejeiras
Como jorros de amor que emergem e adentram no coração
Fulgem-me na fronte, fugazes torvelinos de antigas angústias
E dissipam com o celestial coro dos anjos, amortecem e vão...

Acariciados pelos ventos frescos e suaves correntes de brisas
Das peregrinações com seus discípulos e vulneráveis homens
Saudades involuntárias, mas necessárias por você estar ausente.     

Que divagam nas insólitas absorções sem contextos e antigas
De confabulações, impertinentes e descontroladas que somem
Nas teorias diáfanas de uma contraditória política que mentem...




Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google