DOS PÉS À CABEÇA, CONTEMPLO O MUNDO
Pois saiba que a ousadia é brava,
maior co’a inspiração entregue às trevas.
Mas quando o desafio ao sonho eleva,
até o inalcançável a mão grava.
Da costela de Gregório, minha Eva!
A homenagem de Belino destrava
o pouco que em meu peito se guardava
e a vida, dia a dia, um tanto leva.
É como o encantamento que uma diva
desperta aqueles com os quais cultiva,
segredos, como lágrimas na chuva.
Mestres que me inspiram em ricas trovas,
às minhas tolas rimas põe à prova.
Em ava, eva, iva, ova e uva.
*em interação ao soneto “Sem pé nem cabeça” de Fernando Belino, aqui deste Recanto, que remete a “Contemplando nas coisas do mundo” de Gregório de Mattos.