soneto da quarentena ou maio de 2020
eu recebo sim os gritos e as lágrimas
eu recebo os diversos traumas
as palavras feridas
o silêncio que sangra
recebo todo dia agora só on line
a dor em feições variadas
a solidão mais áspera todos
os espinhos da tristeza todos
os sinais da noite escura
" o demônio do meio dia "
a angústia dos sinos calados
recebo mas não ficam em mim
pois meu coração entrega à terra e ao sol
o peso a sombra e a peste e recicla esperança