Abandono
Dono nenhum, uma terra que chora.
Fora isso, natureza é patrono.
Abono: sol, chuva e vento sem hora.
Implora por cuidado; então o entono.
Outono bate às portas: agora.
Flora murcha em quintal; decepciono.
Emociono-me: folhas vão embora.
Senhora primavera segue em sono.
Questiono: mas ninguém aqui mora?
Ignora o cultivo. E a rosa no trono?
Apaixono pelo canteiro na hora.
Apavora o zelo: amor eu aciono.
Abandono se vai; e a roseira cora.
Decora o jardim, da leira me adono.
#ordonismo
Uberlândia MG