Abandono

Dono nenhum, uma terra que chora.

Fora isso, natureza é patrono.

Abono: sol, chuva e vento sem hora.

Implora por cuidado; então o entono.

Outono bate às portas: agora.

Flora murcha em quintal; decepciono.

Emociono-me: folhas vão embora.

Senhora primavera segue em sono.

Questiono: mas ninguém aqui mora?

Ignora o cultivo. E a rosa no trono?

Apaixono pelo canteiro na hora.

Apavora o zelo: amor eu aciono.

Abandono se vai; e a roseira cora.

Decora o jardim, da leira me adono.

#ordonismo

Uberlândia MG

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 04/05/2020
Código do texto: T6937096
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