Madrugada
Ninguém mais andando nas ruas desertas.
Penumbra entre pontos de luz e de sombra.
Vem das mariposas presença mais certa.
talvez assaltantes fazendo uma ronda.
Compondo um cenário de filme noir,
neblina cobrindo esta fria madrugada,
mendigos deitados aqui e acolá,
por vezes até, meretriz segregada.
O tempo transcorre moroso e constante
aos poucos o escuro do céu dá lugar
ao rubro que vem ante o azul adiante.
A tênue luz que o horizonte irradia
desperta o sabiá, que se põe a cantar
o anúncio do início de mais outro dia.