O JARDINEIRO E A FLOR - I
- Por que tanto contempto, ó bela flor,
se a ti, só tem amor, meu coração?
Por que negar o encanto da paixão,
e cultivar em mim tão grande dor?
- Sou grata a ti, ó nobre sonhador!
Mas como contornar tua aflição?
Sou flor, inerme, e sem u'a solução,
que possa dar-te um voto animador!
- Sou consciente e nada peço em troca,
apenas que me cure essa ferida;
me aceita teu zeloso cuidador?!
- Sou complacente ao brado que ora evoca
* Tu, jardineiro, e eu, flor preferida *
Pactuando em sangue e seiva, esse amor.