LAMPEDUSA

[Para Lucinete que quando moço nos envolvemos

no que parecia ser amor e nunca mais a vi]

Eu sei que no dia que te encontrei, foi quando te perdi...

Maldito momento que voltei o meu olhar ao passado!

Sabedor que sempre fui que nesse dia... Sim, eu morri...

Misturastes teu inebriante veneno ao meu vinho amado!

Atravesso o meu mar com âncora abaixada e no temor,

De chegar ao clímax de minha satisfação e a decepção...

Seja meu cartão de visita, ao avistar longe o meu amor!

Quanta dor! No peito, a tristeza me derrete o coração...

Não, não há furacões, ventanias, tudo está bem calmo!

Assim é o mar traiçoeiro de Lampedusa, só aparência...

E vem a morte feliz, devagar... Bem ali, palmo a palmo!

Deixa estar, terei ao menos tua visão... Tenho paciência,

E a eternidade inteira para com amor eterno te recordar!

Foi o que ficou, posto que fui feito apenas para sonhar!

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 26.10.2013

11h04min [Manhã]

Estilo: Soneto