TEATRO DE RUA

TEATRO DE RUA

Se tem folhas em branco pela rua, 

A minha pena pode transformá-las:

No vir-a-ser de mais papeis e falas

Alçar uma verdade e pô-la nua…!

Para além do circense se situa,

Quando trupes caminham entre galas,

Fazem do quotidiano nobres salas;

E da praça, outro palco onde se atua.

A existência é uma comédia de erros, 

Cujos actos irrompem já patéticos 

Após fechar a cena ainda aos berros.

Máscaras têm diálogos frenéticos, 

E, enquanto o poeta azula pelos serros, 

Jogam na rua seus textos herméticos.

Contagem - 12 11 1999