RASCUNHOS

RASCUNHOS

Se em ti há algo morto ou adormecido

Como se fragmentado em toda parte.

Ou a vida bem diverso foi tornar-te,

D'aquele que querias tu ter sido.

Busca os rascunhos que hás esquecido,

Até te reencontrares em tua arte.

Psicologia alguma há-de curar-te,

Enquanto não tiveres um sentido.

Recria a cada página esse mundo

E, à polifonia em movimento,

Faz mais alto ressoar teu Eu profundo.

E tendo de ti mesmo entendimento

Verás a vida toda n'um segundo

Dando a teu manuscrito acabamento.a

Belo Horizonte - 16 08 1998