Soneto da Saudade
Quando cai a tarde e o Sol, ao se ir,
Se despede da gente no poente,
Que vontade enorme de lhe pedir
Que leve toda a saudade da gente!...
Mas, se lhe peço, é porque o partir
Do Sol, me lembra os adeuses dolentes
De quem já foi e não mais há de vir:
Os amores que partiram silentes.
Quando o Sol deixa a tarde em orfandade,
E já no horizonte se desvanece,
Canta o poema o desejo que me invade:
Que da sua hora de ir ela não se apresse,
Pra não se tornar mais uma saudade
Que nessas Ave-Marias me entristece!