CISMAS

CISMAS

Algo tem-de aliviar a minha dor...

A angústia inenarrável do momento,

Que queda sobre mim sem mais intento

Co’a fúria d’um arcanjo vingador...!

Embora nada tenha a meu favor,

Meus males vêm sangrar-me sem contento,

Restar-me-á tão-só clamar ao vento

Um desencanto a mais de sonhador.

Sonhos?! Sei me perder idéias e ideais...

Verdades eu me nego em vãos sofismas

De pensamentos tristes e demais.

Ansioso, passo as horas entre cismas

Incapaz de qualquer desejo mais

Minh’alma sobre a noite atra se abisma.

Betim - 12 05 1996