MAIS UM POBRE SONHADOR
Ah, quantas cores, sol de glórias, quanto brilho;
mil beijos no ar, orvalho em alvas, vivas rosas.
Louvores a vitória, amor e paz de filho!
Pelos pomares, fruta em galho, a mãos gulosas.
Nascenças novas, luz manhã nos dias claros;
lembranças lindas, bem felizes, de brandura.
As benquerenças, não a cruzes, sim a amparos.
E da esperança, erguer raiz potente e pura.
Em florescências, só notícias positivas;
luminescências de delícias, brisas vivas
e tolerância; à mesa, o farto e tenro pão...
O cidadão deitado em frente, ali, sem nome,
sonhava um mundo assim, até saber da fome
que o fez furtar e agora é morto, qual ladrão.