TRISTES SONS

TRISTES SONS

São tristes sons, tanto ou mais do qu'eu,

Estes versos que trago aqui de novo.

Soem como um lamento enquanto trovo,

Ao achar em mim tudo o que for meu.

A voz m'ecoa além um espondeu,

Como fosse o falar de ignoto povo:

Soam como compõe: Um velho novo,

Ao achar-me a verdade que perdeu.

Tristes sons, apesar de tão sinceros,

São meus versos que vida e obra eu fazia

D’esses meus muitos eus que me confundem.

Trovar é achar. Ser um deus d’eus meros;

Compor os sons que n’alma se me fundem,

Quando no quotidiano acha poesia.

Formiga - 03 04 1996