INFÂMIA
Versejo triste a sangradas chagas,
imerso a ardores agonizantes.
Sobejos podres do viço de antes
em mim: plantio servido às pragas.
Porque rejeito posturas vagas
ante outros homens que, suplicantes,
curvam-se à frente de semelhantes
pelo direito a manter as sagas.
À luz alheia que esvai, definho,
que seja humano, ou se passarinho.
Ah, não suporto o viver nublado!
É vil sagrar sua própria tenda,
mas inexiste o que me defenda
do injusto, infame em que sou julgado.