White dove...[Pomba Branca]

[Para Valdélia que existiu um dia em meus sonhos

adolescentes... E se foi como um vento suave, pra sempre]

E eu ali, pobre ébrio, sorvendo teu néctar tão docemente,

Feito uma abelha muda, na paz do teu inebriante brilho...

Segurei, como o mar segura uma estrela, o corpo tremente!

Era o teu que na luz opaca da lua se desfazia maltrapilho...

Olhei-te, ébrio, enxergando apenas uma deusa entronizada,

Os olhos, duas pérolas, a boca linda e verdejante esmeralda!

Seria verdade, em que sonho eu estava, em que dimensão?

Ah, quantas vezes quis eu ter-te em meus braços e coração!

Beijei-te, ébrio, eu nunca antes beijara assim alguém tão linda...

E na exaustão dos nossos movimentos oceânicos, a noite finda!

A neblina... A luz do sol nascente... Eu... Tu ainda lá estavas...

A sorrir constantemente para mim, ébrio de amor e de tanta dor,

Por não saber até hoje o que realmente aconteceu comigo, amor,

Sóbrio te vi... Transformando-se em linda pomba branca e voavas...

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 20.01.2017

20h25min [Noite]

Estilo: Soneto