GOLES DE CHUMBO (republicação)
Em goles férvidos deglute a vida,
mesmo que venha a sucumbir enfermo,
estraçalhar a víscera comida,
porque em viver não cabe meio termo.
Goles amenos não saciam sanha
de se explicar qualquer inconsequência,
de se tocar qualquer inexistência...
É necessária ardência na artimanha.
Intensidade a contemplar o oculto
revoa sobre o vão das mentes vagas
dos que prosseguem pura e simplesmente...
É se queimar para florir no inculto,
ou só esperar inevitáveis chagas,
pois vida é chumbo que se bebe quente.