FOLHA EM BRANCO
Guardei meu livro d’alma num sacrário
repleto de saudades nos poemas
em folhas delicadas feito penas
de pássaros que adejam os campanários...
amor que dediquei, celibatário,
em vão, que pressenti ser quais falenas,
que voam em liberdade pelas cenas
dos campos refloridos, solitários...
debalde, a vida inteira soçobrei
a nau da minha vida, pois não sei
eu nunca soube amar, cativar alguem...
se ainda houvesse alguma folha em branco
de certo escreveria um verso franco:
“amei sem ser amado e fui ninguem”...
Arão Filho
São Luís-MA, 25.04.2020