Fiz o último soneto, em plena primavera
Inspiração em dor, uma loucura minha
Tempestade enfezada, escarcéu na atmosfera
Andei na multidão... Também fiquei sozinha!
 
As flores da emoção... repletas de quimera!
A minha alma se abriu, vibrou tudo que tinha
Chorou no cemitério, onde a lembrança impera...
Buscou no céu a sorte e avistou a andorinha
 
Última ode de amor, e nunca mais encanto!
O que será de mim? Serei esquecimento...
Oh Deus, triste amanhã... Silêncio no recanto
 
As mãos sem coração... Visão sem fantasia!
Metamorfose brusca, um campo de lamento...
Vou ferindo os meus pés, e o que sangra é poesia...


Janete Sales Dany

Soneto@ Todos os direitos reservados
Registrado e imortalizado 
na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
No Livro: Correntes do Medo e outras
Página 12
Janete Sales Dany
Enviado por Janete Sales Dany em 25/04/2020
Código do texto: T6928290
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