GUARDIÃO DA TERRA
(para Gedeão Ferreira)
Em sua pele, a Terra se revela
à cor de sangue e fibras e energia;
trabalho de sereno sentinela,
prossegue na batalha calmaria.
Decifra, dentre os galhos, tão singela
vidinha inseto a que cedeu, um dia,
as asas de sua alma e o encanto dela
voou naquela entranha e alçou poesia.
No corpo, o suor dos homens escolhidos
a desvendarem luz das minudências
do chão, do rio, verde, flores e ar.
No abrigo mãe - condões já recolhidos,
desnuda, a apaixonantes evidências,
que a Natureza fala em seu olhar.