INÊS NA MINHA ALCOVA

Quando da pandemia do covid-19

Inês, Oh doce Inês, já vem a aurora,

Abre as cortinas, olha da janela:

Não há ninguém na rua nesta hora.

Ninguém pode sair na passarela:

Um mal terrível ronda lá por fora!

- Que importa? Tu me dizes com ternura.

E beija minha boca, e procura

Brincar com meus desejos, e aflora

Os seios quais de rosas dois botões...

E olha nos meus olhos, com caricias

Percorre meu pudor com as doces mãos...

E a rua o que importa se vazia?

Fiquemos nós aqui contando os dias

E orando pela vida dos irmãos.

Serra, 26 de março de 2020

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 23/04/2020
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