Ousadia...


Como ousas contestar minhas escolhas de paixões...
O que sabes tu?  Sabes o que à  minha alma convém?
Tu não sentes o quanto estão dilacerados os corações...
Costumas julgar somente o que os  teus olhos veem.

Mendiguei fagulhas de amor por caminhos em que passei
Ultrapassei labirintos fechados cheios de espinhos e dor
Em momentos de intensa fadiga,  minhas lágrimas abafei
Ensejei guarida, um  acalento verdadeiro e reconfortador.

Decepções com  falácias de intermináveis declamações
Bravatas encantadoras imbuídas de regaços e prazeres
Desconstruíste os sonhos  inocentes com as manipulações.

Inverdades ditas que contaminam e quebram os encantos
Cegueiras que te arrastam ludibriando os vastos saberes
Letais desconfortos sufocaram-me  com teu negro manto.

 

 


Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google