ALÉM DO INFINITO

[Ao amigo Francisco Herberth Neves da Cruz]

Minha tristeza, era ver o barquinho de papel...

Lá longe, na correnteza do rio, desaparecer!

Eu nunca sabia se ele enchia de água, ao léu...

Ou afundava na cachoeira só para eu não ver!

Ah, barquinhos de papel, nas águas da chuva...

Voltando da escola... Deslizando nas valetas!

Torcendo, brigando, gritando, vitória na curva...

As meninas insultando: “Vocês são uns pernetas!”.

Traiçoeiro tempo, que os meus barquinhos levou,

E nas águas para além do infinito se foram, sonhos!

Ontem barquinhos de papel, hoje rostos tristonhos.

Infinita é a ilusão, infância de poeta que muito amou!

Amor de água... De barquinho de papel... De vida boa!

Quantas lágrimas... Esta visão que a minha alma povoa.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 13.05.2014

19h34min [Noite]

Estilo: Soneto