DOCE CLAUSURA

Assim prossegue o sol em seu intento

Alheio ao mar que exala ao seu fulgor

Alheio ao mundo, triste, a esmo, em dor

Perdido feito vela em forte vento.

Passeia a lua cheia neste evento

Alheia às vagas deste instante em flor

Maré feroz, voraz em seu furor

Quebrada a paz do cais em vão momento.

Momento deste mal que agora incide

De coisa sem noção que não elide

Um verso tão reverso, sem cesura.

Se isole, não namore, n'engravide

Não saia, nem passeie, não co(n)vid(e)

Pra festa nesta doce e vã clausura.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 21/04/2020
Código do texto: T6923737
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