É tolo o mancebo, é tola a donzela,
É tolo o mancebo, é tola a donzela,
que na arte quer pautar sua doutrina;
se encontra a sugestão o bastante bela,
por ela está disposto a dar a vida.
Um poema intensa cor pincela
nos olhos de um sensível que o admira;
faz-se estupendo e como que degela
uma mentira na alma parasita.
Vagalhões se levantam sobre o incauto
que mergulha e sufoca-se na tinta
sem meios de embater o injusto assalto.
Já não há sensação que a mente sinta...
Por conta de um poema, um sobressalto,
do Belo eternamente a alma é faminta.
20/04/2020