Soneto nº 08

(Bem-vindo ao mundo cão)

São tantos passos pela nossa cidade,

que nunca podem ou não querem parar.

Tantos com pressa, com hora marcada,

tantas pessoas que nem trocam um olhar.

Que buscam com fúria a tal prosperidade,

só a financeira e não de sentimento.

Que não se permitem uma breve parada,

para curtir o mais simples momento.

Viram as costas e nem se despedem,

nem mesmo de quem segue ao seu lado.

Aqui mais parece o país do desdém.

Pessoas que apenas vêm e que vão.

Trazendo uma faixa no rosto pintado,

que diz: seja bem vindo a este mundo cão.