TODAS AS PESSOAS - singular segunda pessoa
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A MUSA
—“Mas que liras, poeta? Acaso tu deliras?
Tudo o que escuto são tuas insanidades
Com que, inoportuno, aos ouvidos invades,
Dizendo-te ferido à flecha de minhas miras...”
“Acorda, poeta, e não verás veras mentiras.
Pela Estética, o artista haja como verdades
No engenho, a busca esteta à originalidades;
Na arte, a veracidade a quanto tu te inspiras;.”
“Chamas-me musa ou luz que brilha em teu olhar,
Não penetras, porém, as trevas que contenho,
Nas angústias de quem procura m'encantar.”
“Canta, poeta, e escuta as verdades que tenho:
Belas mentiras tua arte pode contar,
Mas sabes pouco ou nada às brumas d'onde venho.”
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