EM FRENTE
Se te jogarem brio e mérito no ralo,
rumando o esgoto vil da pútrida arrogância
e te tornares cru dejeto da ganância
de poderosos te bebendo no gargalo...
Quando a injustiça vier erguer sino e badalo
na capelinha a fés e reza em consonância
de teu sossego, algum alívio e tolerância
e ensurdeceres, sob as trincas, pelo abalo...
Se tens marcada a tez à cruz do desrespeito,
com farpas finas, vidro em cacos triturados
e mutilada a honra em ácido fervente...
Não percas tempo, bane o algoz de teu direito!
Não sintas dó de ti! Enterra amedrontados,
revida-te, haure o ar, enfrenta e segue em frente!