PARA TRÁS
Os séculos atravessa, mas
- de coração arquejando em ânsia,
rogando os ares, à mendicância -
em retrocesso, retorno, atrás.
O céu o encara, de olhar minaz,
na infinitude do mar distância,
que o leva, esfíngico, à escura estância
do que se enada no vão voraz.
Esbofeteiam-se as ondas cobras,
jogando a escuma de suas sobras
em seu vazio de tanto ser.
Ai, aflição de esperar o vento
amplificar o distanciamento
do novo, próximo amanhecer.