Com asas, um corcel me apareceu...
Com asas, um corcel me apareceu...
Pousou, ilustre e límpido, lustroso,
entoando um nitrido mavioso;
e o lombo para mim ofereceu...
Que queres, ó lendário equino meu,
descendo a um rapazote receoso?
Lançou a minha mão um glamoroso
olhar, e outro relincho ele me deu.
A pena entre meus dedos, suja e gasta,
lembrava as que nas costas exibia
com brancura infantil, macia e casta.
Chorando à claridade que emitia,
lancei-me à montaria gorda e basta;
mas logo o pó do chão me desmentia.
08/04/2020