SONETO IRREDIMÍVEL
Átrio sagrado, a mente vence a morte --
Um múrmuro de lama auto-indulgente
No denso ar dessa ausência a quem suporte
O irredimível nada frente a frente.
Tensões, agora, em cena que comporte
Uma linguagem crua e convincente,
Um sacrifício nos vitrais, a corte
De razões na estação que nunca mente.
Partir na luz que parte nessa tarde
Fará do quanto fomos erro ou glória?
O herói, por fim, será mais um covarde...
A mente vence a morte, soberana
Em reino atemporal, alheia a história
Contada por um bobo ou rei sacana.
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