SONETO IRREDIMÍVEL

Átrio sagrado, a mente vence a morte --

Um múrmuro de lama auto-indulgente

No denso ar dessa ausência a quem suporte

O irredimível nada frente a frente.

Tensões, agora, em cena que comporte

Uma linguagem crua e convincente,

Um sacrifício nos vitrais, a corte

De razões na estação que nunca mente.

Partir na luz que parte nessa tarde

Fará do quanto fomos erro ou glória?

O herói, por fim, será mais um covarde...

A mente vence a morte, soberana

Em reino atemporal, alheia a história

Contada por um bobo ou rei sacana.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 14/04/2020
Código do texto: T6916774
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