KANDINSK

KANDINSK

Talvez a História d’Arte omita, entanto,

Um pintor que pintava uma paisagem

Prostra-se desolado face à imagem,

E observa na palheta mais encanto.

Viu o que ninguém via. Daí, portanto,

Deixando as flores míopes sem mensagem,

Mira as formas informes qual miragem

De sua aura evadida... Mas enquanto

Qual criança redescobre as cores puras

Já livres da coerência co’as figuras,

Ensimesmadamente, a aurora aguarda.

Degenera a arte o geômetra ultralírico!

E a expressar o universo pós-onírico

O Bravo Azul irrompe na vanguarda.

Betim - 14 04 1999