Pecunia non olet
Nos tempos áureos do Imperador Vespasiano
Cessou-se a guerra, ergueu-se o Coliseu
Acabou uma dinastia, pôs ordem o plácido flaviano
Origem simples, conquistou os romanos, o tal plebeu
Nas guerras que sucederam o pináculo do poder
Estabilidade política, teve grande notoriedade
Revitalizou a economia imperial com tributos
Tito, ora herdeiro, inconformou-se com um da sanidade
Ora papai, como podes cobrar taxa para se usar a latrina?
Indagava o jovem herdeiro ao pai resoluto
Roma será tomada por um mau cheiro que logo dissemina
Deu-lhe então, uma moeda e a enfiou em suas narinas
Percebas filho, nada tem de imoral, dinheiro não tem cheiro
Não importa a fonte, dinheiro é dinheiro, isso é doutrina.
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Pecunia non olet (dinheiro não tem cheiro) é um príncipio consagrado no Direito Tributário que o tributo deve incidir sobre as atividades lícitas e, da mesma forma, sobre aquelas consideradas ilícitas ou imorais.
A origem do instituto está na criação de um tributo, pelo Imperador Vespasiano, para a utilização de banheiros públicos. Os historiadores romanos Suetônio e Dião Cássio contam que quando Tito reclamou com seu pai da natureza imoral da taxa e que ela faria com que a cidade ficasse fedendo, Vespasiano pegou uma moeda de ouro e enfiou em seu nariz e lhe perguntou se tinha cheiro e esse logo disse que não tinha cheiro, eis então a expressão "pecunia non olet".
A título de curiosidade a ação do governante é tão famosa, que os mictórios públicos são chamados até hoje de vespasiani na Itália e de vespasiennes na França.