Frevo
Um corsário a enganar a tal da escrita,
Que me excita aos poemas e me atrevo,
Atinge o nervo, a cabeça vibra e agita,
Que dance os anjos em meus versos, frevo!
Engrandeço o tom da rima sem dar berro,
Desenterro o vocábulo, desordeno a ideia,
Deu audiência, faço ouro deste barro,
Aprisiono a letra para virar prosopopeia.
Não se pode tolerar, a palavra, ser perdida,
São estímulos dos versos pra outra vida,
Protegidas num baú que são os poemas,
E veladas sempre enérgicas e em chamas,
Das palavras que ao versejar eu somo,
Que crescem dos neurônios não sei como.