SONETO INDECISO

De ser tão pleno de vazios fica

O dia em cinza e dor no que é mais meu,

O vórtex de silêncios que me explica

A fuga dessa luz que enlouqueceu.

Em tudo que a mudez terá de rica

Logrando insinuação do mesmo céu

Que aos longes pesa, a angústia dignifica

O choro desse horror que mal nasceu.

Lá fora uns passos poucos, indecisos,

Sem rumo, só o silêncio está cantando

Em dia à míngua de razões e risos.

Disparos entre esperas e suspiros

Já raros, em geral tão só bastando

A cada tolo um truque, um dolo, um vírus.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 11/04/2020
Código do texto: T6913784
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