O CONFITENTE
Eu, confitente pecador, declaro:
Desprezei teu amor; hoje porém,
grande tristeza me abate, e retém
cá neste peito, um cruel gosto amaro,
Abrigando a saudade, desse raro
amor, de cujo olor fiz-me refém,
cuja nítida essência em mim, advém
das pétalas labiais, que em graça exaro:
Divina taça, onde eu bebia o bálsamo
do amor, nos dias meigos e festivos,
mergulhado no altar dos devaneios...
Agora arrependido, ora conclamo;
- Se é teu também o meu amor - cativos,
sigamos nós - rumo aos nossos anseios.