O CONFITENTE

 

Eu, pecador confitente, declaro:

Desprezei teu amor; hoje porém,

grande tristeza me abate, e retém

cá neste peito, um cruel gosto amaro,

 

Abrigando a saudade, desse raro

amor, de cujo olor fiz-me refém,

cuja nítida essência em mim, advém

das pétalas labiais, que em graça exaro:

 

Divina taça, onde eu bebia o bálsamo

do amor, nos dias meigos e festivos,

mergulhado no altar dos devaneios...

 

Agora arrependido, ora conclamo;

- Se é teu também o meu amor - cativos,

sigamos nós - rumo aos nossos anseios.

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 08/04/2020
Reeditado em 25/02/2022
Código do texto: T6910553
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