SONETO INDOMÁVEL

Ó pranto! À dor, quando, entranho

Fico sem rumo certo pelo cerrado

O anoitecer, quando, chega calado

Tudo é solidão, e em nada é ganho

Tristura, fria, que pesa no passado

O vento é poeira de ardor estranho

E a hora lenta e tão sem tamanho

Que o olhar vazio, alheia, fissurado

No meu alvo silêncio, rude insônia

Clamo por todo o arrimo, em vão

Nada escuta, indigente cerimonia

Invento um verso, tento, e tento

E rasgo-o, continuas sem demão

Tudo é indomável no sentimento

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

04 de março de 2020 – Cerrado goiano

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/P2Xm0lF4Qdg

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/04/2020
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