QUARENTENA
Recluso dentre as certezas que habito,
a vida já não é tão evidente.
Encarando a incerteza frente a frente,
alisto-me no exército de aflitos.
Na rua, sala, mente, onipresente...
O vírus se esparrama mais que o grito
que preso na garganta é veredito,
a réus que se declaram inocentes.
Quisera ter o beijo desprezado,
dos lábios enjeitados no passado,
para aquecer em mim o mais que humano.
Meus lábios só se prestam às lamúrias...
Do beijo desejado, resta a fúria.
E o humano se resume a álcool e pano.