CÉU DA NOITE
A lua brilha, mas esconde disfarces terrestres.
Na penumbra, surgem os ‘pardos gatos’.
No “breu”, ‘garras’ afiadas. Alegres “abutres”
Pós-escuro, aparecem seus atos.
Os seus ‘voos’ na noite são imperceptíveis,
Disfarçados de beija-flores, sugam na ilusão.
E nem o céu à meia luz, com brilhos sensíveis,
É capaz de frear, tamanha falsa percepção.
E ao amanhecer, ressaca à vista.
Olhos tristes! Mente tonta!
Golpe descoberto, Buraco na conta.
Em tempos de blecaute,
É preciso ‘enxergar’ com outros sentidos,
Para evitar um nocaute.
Ênio Azevedo