Fale-me, Margarida

Fale-me, por favor, Margarida:

Por quê perdeste o encanto ?

Por quê não deitas no meu manto ?

E não me queres em sua vida ?

Guardo-te no afável recanto,

De minh'alma híbrida.

Derrama-me o teu triste pranto

Que hei de sanar tuas feridas!

Fala-me, isto me servirá de beijo.

De ti, sinto a cada dia, mais desejo

E uma ânsia infindável de ter-te...

Quando voltarmos desta briga

Vamos jurar nunca mais ter intrigas

E eu direi -Amor, ao meu colo, deita-te!-

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 01/04/2020
Reeditado em 02/04/2020
Código do texto: T6903563
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