A chuva da consciência
A cada gota que no chão cai
É como o pensamento que se olvida:
Em segundos e segundos se esvai
E se liberta das garras da vida!
A gota que do céu límpido sai
Encontra-se como uma alma perdida,
Desprende-se do seu panteísta Pai
E, depois, por outros pais és querida!
Deus carrega o ciclo chuvoso
Como quem carrega peso no dorso
E o solta de pouco com esmero...
Mesmo que a angústia humana
Pense que cessa à força que Deus emana,
Nunca chegaremos à gota zero!