SONETO INSANO
Durando solidões de não bastar
Em torno quantos sejam por conforto,
Se ser traduz o quanto não suporto
Na insânia desse tão somente estar.
A espera desse então é o mais durar
O abraço mutilado, o adeus sem porto
Exilado em mim mesmo, feito morto
Insepulto, desonra sem lugar.
Um dia a mais por dádiva terrível
Em silencioso reino devastado
Não traz sentido ao mal irredutível
E um vento alheio ao mundo, delicado,
Sussurra, no idioma do indizível,
Caprichos que no fim dão muito errado.
.