SONETO INSANO

Durando solidões de não bastar

Em torno quantos sejam por conforto,

Se ser traduz o quanto não suporto

Na insânia desse tão somente estar.

A espera desse então é o mais durar

O abraço mutilado, o adeus sem porto

Exilado em mim mesmo, feito morto

Insepulto, desonra sem lugar.

Um dia a mais por dádiva terrível

Em silencioso reino devastado

Não traz sentido ao mal irredutível

E um vento alheio ao mundo, delicado,

Sussurra, no idioma do indizível,

Caprichos que no fim dão muito errado.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 31/03/2020
Código do texto: T6902180
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